Psiquiatria

Depressão

A depressão é um dos transtornos mais prevalentes na população mundial e tem múltiplos fatores de risco, mas sem uma causa bem definida. Quem sofre de depressão, com frequência se sente desanimado, com sentimentos de vazio ou tristeza a maior parte do tempo, é comum se perceber sem esperança e ter pensamentos pessimistas. A condição pode promover o isolamento social, afetar negativamente o desempenho no trabalho ou na escola e, em casos severos, levar a pensamentos suicidas. Por isso, o acompanhamento com um psiquiatra é essencial. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem prevenir o agravamento dos sintomas e contribuir significativamente para a recuperação do bem-estar.

Ansiedade

A ansiedade é uma emoção natural que nos coloca em estado de alerta diante de perigos. Porém, quando essa sensação de nervosismo se torna constante, exagerada e começa a limitar nossas vidas, caracterizamos isso como um transtorno de ansiedade. Esse estado é marcado por preocupações excessivas e sintomas físicos como aceleração do coração, falta de ar e tremores. O pensamento acelerado interfere na concentração, e muitas vezes há uma dificuldade para relaxar e dormir.

O tratamento é feito com uso de medicações e psicoterapia e costuma trazer muito alívio.

Transtorno do Pânico

O transtorno do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizado por crises de medo intensas, que provocam diversos sintomas físicos como dor no peito, falta de ar, tontura, sudorese, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Normalmente as crises se repetem, duram alguns minutos e podem vir acompanhadas de sensação de morte iminente, possibilidade de adoecer gravemente ou perder a sanidade mental. A pessoa que tem o transtorno sente medo de experimentar novas crises e isso colabora com a perpetuação dos sintomas. O tratamento desta condição é feito com uso de medicações e psicoterapia.

Fobias específicas

Fobias específicas são formas de transtornos de ansiedade marcadas por medos intensos e muitas vezes irracionais em relação a objetos, lugares ou situações particulares. Por exemplo, um medo desproporcional de insetos ou de animais que geralmente são inofensivos, como baratas, é conhecido como catsaridafobia. Quando tais fobias interferem significativamente na vida da pessoa, o tratamento pode incluir psicoterapia, especialmente técnicas comportamentais. Em alguns casos, medicamentos também podem ser usados para ajudar a diminuir a intensidade da reação de medo.

Fobia Social

A fobia social é um transtorno de ansiedade bastante prevalente, onde a pessoa tem medo de se expor em situações sociais onde teme se embaraçar ou ser inadequada, e pensa que isso pode lhe causar rejeição ou desaprovação por parte das outras pessoas. Isso pode causar medo de se apresentar e falar em público, de se encontrar com pessoas novas e até mesmo de se alimentar na frente dos outros. O tratamento é sempre feito com psicoterapia, a terapia cognitivo comportamental é uma das ferramentas com maior validade e, em combinação com o uso de psicotrópicos, tende a ser mais eficaz.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença que se inicia na infância, mas pode afetar a pessoa em todas as fases da vida. É mais comum nos meninos e tem grande herança genética. Para realizar o diagnóstico é importante uma longa e detalhada entrevista psiquiátrica ou neurológica, descartar outros fatores de confusão, como ansiedade e doenças físicas e, às vezes, é necessário complementar a investigação com alguns testes. As pessoas que convivem com este transtorno têm um nível de atenção persistentemente mais baixo, o que ocasiona esquecimentos e prejuízo funcional/ acadêmico, como também pode ser agitada e impulsiva. Nas mulheres, é mais comum o padrão de desatenção e nos homens, o padrão de hiperatividade, mas algumas pessoas terão a presença das duas dificuldades. O tratamento é feito com uso de medicamentos psicoestimulantes, o qual costuma trazer significativa melhora na vida do indivíduo.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno psicótico que afeta profundamente a capacidade de uma pessoa em manter uma conexão coerente entre seus pensamentos, emoções, comportamentos e a autoconsciência. Indivíduos com esquizofrenia podem exibir uma gama de sintomas, como redução da expressão emocional, delírios ou crenças desconectadas da realidade, pensamentos desorganizados, alucinações (frequentemente auditivas, como ouvir vozes), dificuldades no trabalho e nos relacionamentos sociais.

Este transtorno afeta cerca de 1% da população, surgindo tipicamente na juventude, antes dos 25 anos, e apresenta uma forte componente genética. O diagnóstico é baseado principalmente na entrevista psiquiátrica, uma vez que não existem testes laboratoriais específicos para confirmá-lo.

Embora a esquizofrenia não tenha cura, seu tratamento é possível e inclui o uso de medicações antipsicóticas, além de uma abordagem terapêutica voltada para a reintegração social do indivíduo. Isso pode envolver terapia para desenvolver habilidades sociais, terapias ocupacionais, e atividades que estimulem a expressão emocional, como a arte e a música, contribuindo significativamente para a qualidade de vida dos afetados.

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo, conhecido como TOC, é definido pela ocorrência de pensamentos, imagens ou impulsos invasivos e indesejados (obsessões) que causam significativo desconforto ou ansiedade. Frequentemente, estas obsessões são acompanhadas de comportamentos ou rituais repetitivos (compulsões) realizados na tentativa de aliviar a angústia gerada pelas obsessões. Exemplos comuns incluem preocupações com contaminação ou limpeza, ordem, dúvidas persistentes, ou medos de causar danos a si mesmo ou aos outros, podendo também envolver temas sexuais, religiosos ou relacionados à morte.

Para contrapor os sentimentos negativos trazidos pelas obsessões, as pessoas com TOC podem se engajar em compulsões como limpeza excessiva, ordenação obsessiva de objetos, verificações repetidas ou práticas ritualísticas. Este transtorno afeta até 3% da população e geralmente se manifesta no início da vida adulta. O tratamento é feito com medicações e também psicoterapia. Em casos mais graves, com eletroconvulsoterapia, com objetivo aliviar as obsessões e os rituais, devolvendo qualidade de vida.

Transtornos de Personalidade

Nossa personalidade reflete a forma como interagimos com o mundo, constituída por características e traços únicos que influenciam nossos pensamentos, ações e sentimentos. Ela é moldada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e culturais. Quando o modo de uma pessoa perceber a si mesma ou interagir com outros desvia significativamente das expectativas sociais, isso pode ser identificado como um transtorno de personalidade. Esses transtornos podem causar sofrimento significativo e dificuldades nos relacionamentos interpessoais.

Existem várias categorias de transtornos de personalidade, como borderline, histriônico, antissocial, narcisista e obsessivo-compulsivo, entre outros. É comum que pessoas com transtornos de personalidade também apresentem outras condições psiquiátricas. O tratamento principal é a psicoterapia, embora medicamentos possam ser usados para tratar sintomas específicos ou comorbidades.